Manual de um tolo
I
Tem dias, que para não dizer ou fazer algo;
há que morder os lábios, mastigar a língua,
amputar dedos, mãos, braços;
abrir nova sepultura
enterrar tudo cá dentro;
há dias condenados ao silêncio.
II
Chegada a hora de trancar portas,
fechar janelas,
quebrar todos os espelhos e vidros,
apagar luzes e outras tantas esperanças;
tornar-se o ponto mais escuro da escuridão.
III
De repente arrombam-se as portas,
estilhaçam-se janelas,
rasga-se a roupa e saio para a rua nu;
então grito, berro estridentemente,
choro, soluço e morro feliz dobrado sobre mim.
António Morgado
I
Tem dias, que para não dizer ou fazer algo;
há que morder os lábios, mastigar a língua,
amputar dedos, mãos, braços;
abrir nova sepultura
enterrar tudo cá dentro;
há dias condenados ao silêncio.
II
Chegada a hora de trancar portas,
fechar janelas,
quebrar todos os espelhos e vidros,
apagar luzes e outras tantas esperanças;
tornar-se o ponto mais escuro da escuridão.
III
De repente arrombam-se as portas,
estilhaçam-se janelas,
rasga-se a roupa e saio para a rua nu;
então grito, berro estridentemente,
choro, soluço e morro feliz dobrado sobre mim.
António Morgado
2 Comments:
Isto é pura poesia. Devias de por mais e mais poemas teus, a qualidade é excelente apenas reflecte o te talento... mas isto é algo que eu não me canço de disser. Um beijo grande
.....
Enviar um comentário
<< Home